"Em seus soturnos cantos, os jogadores
movem lentas peças. O tabuleiro
os atrasa até a aurora, em seus severos
contornos, onde se odeiam duas cores.
Dentro irradiam mágicos rigores.
As formas: homérica torre, rápido
cavalo, rainha armada, rei atrás,
bispo oblíquo e peões agressivos.
Quando os jogadores se forem,
quando o tempo os tenha consumido
certamente não terá cessado o rito
No oriente se acendeu esta guerra,
cujo palco hoje é toda a terra.
Como o outro, este jogo é infinito.
Tênue rei, dissimulado bispo, guerreira
rainha, torre direta e peão ladino
sobre o preto e o branco do caminho
buscam e livram sua batalha armada.
Não sabem que a mão marcada do jogador define seu destino,
não sabem que um rigor adamantino
sujeita seu arbítrio e sua jornada.
Também o jogador é prisioneiro
( a sentença é de Omar ) de outro tabuleiro
de noites pretas e brancos dias.
deus move o jogador, e este, a peça.
Que deus atrás de Deus o enredo inicia
de pó e tempo e sonho e agonia?"
Mt bom!
ResponderExcluirLindo poema, parabéns Guilherme Declerque por mais esta iniciativa para abrilhantar nosso Blog!!! Obrigada!
ResponderExcluirObrigado!
ResponderExcluirMas, na verdade o xadrez é um pouco disso!